No dia 24 de outubro de 1929, também conhecido como Black Thursday, a Bolsa de Valores de Nova York sofreu uma queda histórica que mudou para sempre o cenário econômico mundial. Naquele dia, os investidores começaram a vender suas ações em massa, provocando uma queda brusca nos preços e uma corrida para sacar dinheiro do mercado.

As causas do colapso foram múltiplas e complexas, mas pode-se dizer que a euforia da década de 1920, o uso excessivo de crédito e os desequilíbrios na economia americana foram fatores determinantes. Durante anos, a economia dos Estados Unidos vinha crescendo rapidamente, movida pelo boom da produção industrial e agrícola. Muitas pessoas se tornaram ricas do dia para a noite por meio de investimentos em ações, o que incentivou ainda mais o fluxo de dinheiro para Wall Street.

No entanto, essa riqueza fomentada pela especulação não era sustentável. O uso excessivo de crédito para comprar ações foi um dos motivos que levou a uma bolha especulativa, na qual os preços das ações ultrapassavam seus valores intrínsecos. Alguns bancos, inclusive, ofereciam empréstimos para a compra de ações sem exigir garantias adequadas.

Além disso, o mercado de ações estava concentrado em poucas mãos, o que aumentava a vulnerabilidade do sistema. Quando um número significativo de investidores decidiu se desfazer de suas ações, o mercado ficou sobrecarregado e a queda de preços se acentuou.

A quebra da Bolsa de Nova York teve um impacto visceral em todo o mundo. A partir de então, os preços das ações despencaram em outras Bolsas, como a de Londres e Paris, o que afetou a economia mundial como um todo. A crise espalhou-se pelo setor bancário, com o fechamento de várias instituições financeiras e o congelamento do crédito.

A Grande Depressão, como a crise foi chamada, durou mais de uma década e afetou milhões de pessoas em todo o mundo. O desemprego cresceu em escala global, com muitos trabalhadores perdendo seus empregos e suas economias. As dificuldades financeiras levaram muitas famílias à miséria e a situação se agravou ainda mais com a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

Em resposta à crise, o governo americano implementou políticas intervencionistas para tentar estimular a economia. O New Deal, pacote de medidas desenvolvido pelo presidente Franklin D. Roosevelt, trouxe investimentos em infraestrutura, programas sociais e proteção aos trabalhadores. Essas ações foram fundamentais para quebrar o ciclo de recessão e trazer o país de volta ao caminho do crescimento.

Hoje, a quebra da Bolsa de Nova York é considerada um marco na história econômica global e um alerta sobre os perigos da especulação desenfreada. A crise de 1929 ensinou ao mundo que a regulação do mercado e a defesa dos direitos dos trabalhadores são fundamentais para garantir uma economia saudável e justa.